Continuando as discussões sobre o papel do comportamento verbal (linguagem) na evolução cultural, discutimos o texto:
Malott, R. W. (1988). Rule-governed behavior and Behavioral Anthropology. The Behavior Analyst, 11, 181-203.
O texto está disponível na secretaria do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Experimental da PUC-SP (com Dinalva) ou através de solicitação por email (pucspacc@gmail.com).
Resumo
De acordo com o materialismo cultural, práticas culturais resultam dos produtos materialísticos destas práticas, não de predisposições sociobiológicas, mentalísticas ou místicas (por ex., hindus idolatram vacas porque, à longo prazo, tal idolatria resulta em mais comida e não em menos comida). No entanto, de acordo com a Análise do Comportamento, tais produtos materialísticos não reforçam ou punem as práticas culturais, porque tais produtos são muito atrasados, muito improváveis ou individualmente muito pequenos para reforçar ou punir diretamente as práticas culturais (por ex, o aumento da comida é muito atrasado para reforçar a adoração da vaca). Desta forma, as contingências molares, materialísticas, necessitam do apoio de contingências moleculares, comportamentais. E, de acordo com a presente teoria do comportamento governado por regras, a enunciação de regras que descrevem estas contingências molares, materialísticas, podem estabelecer as contingências moleculares necessárias. Dada uma história comportamental adequada, tal enunciação da regra combina-se com a não-aquiescência para produzir uma condição aversiva aprendida (normalmente rotulada como medo, ansiedade ou culpa). O término dessa condição aversiva reforça o seguimento/obediência, da mesma forma que sua apresentação pune o não seguimento (por ex, o término da culpa reforça o cuidado com uma vaca doente). Além disso, regras sobrenaturais geralmente suplementam estas regras materialísticas. No mais, a produção tanto de regras materialísticas quanto sobrenaturais exigem planejadores culturais que entendam as contingências molares, materialísticas.
Palavras-chave: comportamento governado por regras, antropologia comportamental, comportamentalismo radical, materialismo cultural.
Como o comportamento verbal faz parte do fenômeno cultural foi o principal ponto discutido.
Durante a discussão, Amalia comentou e sugeriu a leitura de dois textos:
Falk, J. L. (1986). The formation and function of ritual behavior. En T. Thompson y M. D. Zeiler (Eds.), Analysis and integration of behavioral units (pp. 335-355). New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates.
Skinner, B. F. (1966). An operant analysis of problem solving. [Uma análise operante da resolução de problemas.] In: B. Kleinmuntz (ed.) Problem solving: research, method, and theory. New York: John Wiley & Sons, Inc., p.225-57. (Republicado em 1969 no livro “Contingências do reforço: Uma análise teórica” – publicado no Brasil na coleção “Os Pensadores”.)
Outros pontos interessantes discutidos incluíram: a “má-vontade” com que Malott trata do materialismo cultural de Marvin Harris, simplificando alguns dos argumentos deste antropológo; e a ênfase algo exagerada de Malott na participação do comportamento governado por regras e de planejadores culturais no estabelecimento de novas práticas.
Ah! Vale mencionar que nesta reunião contamos, pela primeira vez, com a participação VIRTUAL de Amalia! São as novas tecnologias e o comportamento verbal transpondo barreiras espaciais! Salve a conexão Sampa-Denton! :-P
Boa tarde,
Vcs tem esse texto do Falk (Falk, J. L. (1986). The formation and function of ritual behavior. En T. Thompson y M. D. Zeiler (Eds.), Analysis and integration of behavioral units (pp. 335-355). New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates.) digitalizado? Poderiam me enviar? Não consegui encontrá-lo, e se vcs tiverem ficaria muito agradecida.
Abçs, Dafne Oliveira.
Oi Dafne
Me manda seu e-mail que te mando!!